é uma brincadeira TYPOgrafica que me inspirou a pensar sobre a necessidade de um espaço simples entre o
DE [ e ] FORMA
que me levam a refletir sobre processos que envolvem a alma!
Quanto de respiro (espaço) é preciso dar?
L’Officiel Brasil
Em 2012 a Erika Palomino iniciou mais uma empreitada no mundo das revistas de Moda. Dar um nova cara para L’Officiel Brasil, que tinha sido assumida pela Editora Escala, em fusão com a editora Jalouse dona do título, há quase 100 anos, e presente em mais de 120 países.
Lá fomos nós implantar um projeto de revista de luxo, numa editora que trabalhava mais com títulos populares. Eram duas mudanças, criar um cultura de impressão de alta qualidade, na gráfica Oceano que pertence ao dono da Editora Escala, e recriar o título da L’Officiel Brasil, pela editora Escala Jalou.
Todo projeto novo requer um fôlego, e nas primeiras edições conseguimos fazer edições com quase 300 páginas, para que a reentrada no mercado causasse impacto. Existe a mística de revista boa “é aquele que para em pé”. Isso fez com que nos primeiros meses, os editoriais de moda chegassem a cerca de 30 páginas. Sonho para stylists, designer e fotógrafos, mas que exigia um esforço hercúleo de produção da redação e da arte.
Destaco alguns editoriais feitos pelo fotógrafo Miro, e por Murilo Meirelles, e também o editorial “Wha Wha” e o editorial sobre Walter Rodrigues. Alguns deles tiveram a direção de arte no set de fotografia, de Richard Kovacs e a minha participação tanto na coordenação de equipe de arte, edição e finalização, quanto na supervisão da qualidade de impressão.
Na função de Editora de Arte, neste projeto exigiu que minha participação se extende-se para a produção geral, produção gráfica, entre outros para poder garantir a excelência de impressão que o projeto exigia.
Este projeto também teve momentos bastante inovadores, que marcaram a mudança de direção da versão brasileira da revista.
É importante ressaltar que a revista L’Officiel, em 2012 fez 90 anos, e que parte do seu conteúdo é o mesmo da edição francesa. Mas era fundamental no início do projeto que a presença da moda brasileira tivesse o mesmo peso, e foi com essa proposta que desenvolvemos interessantes propostas, com uma pegada mais brasileira, também sob os cuidados atenciosos de Sérgio Amaral editor chefe na época e de Luigi Torre.
Fazer esta revista, foi uma grande oportunidade. Representou um salto em relação a tudo que eu já havia feito em termos editoriais, e em relação a projetos de Moda.
O projeto era da House of Palomino, editora dirigida por Erika Palomino. Ele tinha de duas à três edições ao ano, acompanhando as temporadas de Moda nacional e internacional.
Fiz a edição número 12, e com ela ganhamos o prêmio Pini de excelência gráfica, daquele ano, junto com a gráfica Ibep.
O projeto editorial da KEY era ousado (ou talvez muito além disso), combinava ARTE, TENDÊNCIA e MODA, fora de qualquer parâmetro do “senso comum”, destes que usam o produto para “mostrar a roupinha”.
ESTAMOS FALANDO DE 2006, quando ousar a fazer uma capa com uma modelo plus size era um certo tabu. KEY era um ponto fora da curva.
A revista estava muito mais próxima de um livro de arte, daqueles que se põe no centro da mesa da sala de estar.
Além dos editoriais incríveis, todos os artistas convidados, fotógrafos, stylists, maquiadores, produtores e designer, se sentiam empolgados em poder construir uma linguagem expressiva e artística vinculada a moda, sob a batuta de Erika Palomino.
Destaquei alguns editoriais da edição 12, como o editorial “Road Love” vinculado a capa, fotografado por Paschoal Rodrigues, o editorial “Quilombola” fotos de Murilo Meirelles e o editorial “Green Line Zone” fotografado por Claudia Guimarães com stylist e Marcio Banfi. E também a entrevista especial de André Duval, que inspira a contra capa sobre o trabalho do fotógrafo Danny Tracey.
HOUSE OF PALOMINO EDITORA DE ARTE de Outubro de 2008 até Março de 2009.
Principais projetos do período: revista Key, a revista Junior, a revista Plastic Dreams e comunicação visual da Galeria Melissa. Supervisão de Erika Palomino.
Foi uma década de trabalho na Folha de S. Paulo (1989- 2000), entrei com 19 anos, primeiro emprego, num ambiente frenético, num momento culminante de #mutação tecnológica. Logo me apeguei a isso, e com facilidade, trafeguei por todas as novas possibilidades de se fazer arte no jornal. Aos poucos, essa habilidade foi aproveitada para outras opções, mais gerenciais.
O Jornal saiu do século XX para o XXI e eu estava lá, vivendo cada momento com intensidade.
